LETRA LIVRE 23
PERGUNTAS BLOCO 1
• Maria Rita: Você acaba de publicar um livro sobre a depressão. Qual a importância desse distúrbio doença psíquica? Existem doenças que traduzem uma época?
• Beatriz: Na hora de escrever um romance ou conto, você escolhe um assunto que seja “sintomático”?
• Maria Rita: Existe hoje espaço para a intervenção intelectual de um psicanalista? A psicanálise tem repercussão?
• Beatriz: A literatura, a ficção, tem algum alcance?
PERGUNTAS BLOCO 2
Pergunta Olgária Matos para Maria Rita Kehl (pobreza do mundo interior)
• Beatriz: Pegando carona nessa pergunta, você escreveu o argumento do filme Cronicamente Inviável, do Sergio Bianchi, que expõe o lado perverso das elites brasileiras. Onde existe “mundo interior” nessa realidade dividida entre elites preconceituosas e uma massa de pessoas oprimidas e aterrorizadas?
• Maria Rita: na falta de perspectiva de transformações políticas ou econômicas efetivas, a questão ética substituiu as questões infra-estruturais,? (Lembrar Castoriadis)
• Beatriz: você estreou com o romance Azul e Dura, que narra história de uma mulher de classe alta que atropela uma inválida; de onde veio essa espécie de cena inaugural da sua obra?
PERGUNTAS BLOCO 3
Pergunta Olgária Matos para Beatriz (tempo da leitura)
• Maria Rita: Videologias, escrito com Eugênio Bucci, é uma análise dos mecanismos ideológicos da televisão. O que mudou nos últimos anos na relação da nossa subjetividade com a mídia?
• Beatriz: Em Meu Amor, você escreve contos a partir de episódios de grande repercussão como os assassinatos do menino João Helio ou de Isabela Nardoni – mas seu foco é o tratamento que esses assuntos tiveram na mídia. A violência da informação pode indignar tanto quanto a violência em si?
• Maria Rita: é como é p/ vc participar desse universo midiático, televisivo?
• Beatriz: Vc participou Flip e publicou em Meu Amor um conto – “Comida em Parati” – que contém críticas, ou pelo menos ironias, em relação a essa exposição do autor. Eventos como esse fazem a obra ser substituída pelo autor?
PERGUNTAS BLOCO 4
• Maria Rita: quando se fala em depressão, sempre vem à tona a questão dos psicofármacos: remédios psiquiátricos são uma forma de apaziguar os conflitos?
• Beatriz: Você passou do tema da culpa social em Azul e Dura, para a culpa política, em Não Falei. Como foi esse processo. A culpa é tão central quanto a depressão?
Azul e Dura: "irmandade apátrida" da riqueza globalizada: o "único pecado é o fracasso",
Não Falei: "Deixamos isso acontecer, acontecemos esse horror. (...) Talvez jamais alguém tenha me considerado um traidor, a não ser eu mesmo",
• Maria Rita: por que o título O tempo e o cão? Vc já lidou pessoalmente com a depressão?
• Beatriz: que importância teve o trabalho como editora para sua literatura?