GRANDES ESPETÁCULOS/ AS ABERTURAS EM CAMPOS/ ÓPERAS E BALÉS
Episódio 04 – GRANDES ESPETÁCULOS
Para os realizadores, o Festival vai além da parte pedagógica. Nos seus cinquenta anos de existência, o Festival de Campos do Jordão teve grande importância na formação de público para a música. Reconhecido como o maior evento de música clássica da América Latina, seu público direto atinge dezenas de milhares de pessoas, despertando a sociedade a olhar para a música como patrimônio cultural e ferramenta de transformação social.
O maestro Roberto Tibiriçá, que foi assistente do maestro Eleazar de Carvalho nos anos 70, conta como foi realizar os primeiros festivais, como era naquela época, 400 bolsistas, os cuidados com a orquestra e os coros. Os desafios e o papel de liderança que Eleazar desempenhava diante da organização do Festival.
Marcelo Jaffé, violista, que foi bolsista do Festival, conta sobre as masterclasses. Nomes renomados, internacionais, como o encontro com o violoncelista russo Mstislav Rostropovitch. Outros destaques que Marcelo revela são as importantes participações do violoncelista brasileiro Antonio Meneses e do pianista Nelson Freire, músicos que fizeram carreira internacional e que têm contribuído para o festival ao longo dos anos.
O crítico musical Irineu Franco Perpetuo, fala da importância do festival na formação de um público cativo.
Andresa Boni, repórter e apresentadora da TV Cultura, conta sobre sua experiência na cobertura do festival. Das grandes apresentações, das reportagens com os bolsistas e músicos convidados. Fala da relação que os bolsistas têm com os encontros musicais: “... eles chegam lá querendo aprender e cada portinha que você entra, você ouve um instrumento diferente e percebe essa energia, essa vontade de aprender, e essa emoção de estar ali com os grandes nomes da música”. Para Andresa, é papel da TV Cultura cobrir o festival, é papel da TV Pública, que se importa com Educação, com o papel social do Festival.
Cunha Jr, apresentador do Metrópolis, por anos fez a cobertura do festival. Destaca a importância que o festival exerce na vida profissional dos bolsistas. O papel que o festival desempenha na formação musical desses jovens músicos.
Um dos destaques do episódio é para o maestro Lutero Rodrigues – que esteve à frente da direção do Festival numa época em que o mundo era menos globalizado, no final dos anos 80. Imagens de arquivo de época. Irineu Franco Perpetuo fala sobre como o Festival conquistou seu espaço trazendo grandes astros internacionais e grandes artistas e orquestras brasileiros.
A violinista Betina Stegmann, que foi bolsista, conta da experiência com as aulas do renomado violinista Boris Belkin, o quanto isso foi importante na sua formação musical.
O momento memória – neste episódio – destaque para o compositor, pianista, regente e professor Almeida Prado. Sua importância para a vanguarda brasileira na composição de música contemporânea. Cenas de arquivo dele em diferentes atuações
E para encerrar, Nelson Ayres, o músico fala sobre o início da abordagem popular no Festival.
“Eu tive o privilégio de ser o primeiro professor de música popular dentro do Festival de Inverno de Campos do Jordão em 1981. Até então a música popular estava fora completamente, Eleazar detestava, a ideia de música popular, mas daí a direção do Festival mudou, resolveram fazer essa experiência. Foi muito interessante, eu acho, porque foi uma possibilidade de convivência das duas linguagens, a erudita e a popular. A gente não pode negar a importância da música popular dentro da nossa cultura, portanto, dentro do Festival. E, mesmo dentro da música erudita, quando a gente pensa nos grandes compositores brasilianistas, Guerra Peixe, Villa-Lobos, Camargo Guarnieri, se o músico e o maestro não têm a concepção da música popular e da música folclórica com que esses compositores se basearam, é muito difícil você fazer isso com propriedade. ”
Cenas das apresentações do trombonista Phil Wilson e do trompetista cubano Arturo Sandoval.